terça-feira, 25 de novembro de 2008

Alheiras de caça à macho latino


Ingredientes
Surtido de animais de caça (10 peças)
6 preservativos XXXL
2 Dentes de Alho
Azeite q.b.
Queijo Parmesão q.b.

Tire o cú da cama antes do sol nascer, e tente esquecer o facto de ser Domingo e de estar com uma ligeira ressaca de whisky barato.
Vista a sua roupa de caça e antes de sair, coma duas claras de ovo, que lhe darão a energia necessária para uma manhã de sucesso.

Verifique se as espingardas e pressões de ar estão bem calibradas e faça-se à estrada, rumo a um qualquer monte alentejano. Para se lhe incutir na perfeição o espírito de um dia de caçada, coloque no leitor de cassetes o concerto das Divas do Pimba ao vivo no Pavilhão Municipal de Ponte de Lima. À terceira música, vai ficar com uma insaciável vontade de matar tudo o que mexe.

Chegando ao local da caçada, procure um esconderijo que o deixe fora do campo de visão das vítimas: coelhos, perdizes, javalis, patos bravos, pardais, codornizes.
Dedo no gatilho, e bota milho. Tudo o que mexer tem que ser seu. E lembre-se: a piedade é o pior inimigo de um caçador. Se tiver um bonito coelho albino na mira da sua espingarda e lhe vierem à tona sentimentos lamechas, lembre-se da música “Mãe, eu te amo mais do que à minha filha”, música-hino do FPC (Festival Pimba de Corroios). Dois segundos depois, o coelho albino não vai parecer tão fofo com uma chumbada bem no centro das fuças.

Deve conseguir pelo menos umas dez peças de carnes variadas. Já as tem? Reúna-as num saco de plástico de grandes dimensões, e dê-lhe um nó, tentando retirar-lhe o ar do interior. Siga para casa!
No caminho de volta, oiça uma boa ópera de Verdi, para descomprimir.
Chegado ao lar, guarde o saco com os animais que ai jazem em local fresco e seco. Durma umas horas.

Nota do Chefe: É possível que venha a ter pesadelos com o pequeno coelho albino a correr em slow motion pela pradaria ao som do hit acima mencionado. São ossos do ofício. Adiante...


No dia seguinte, dirija-se à farmácia mais próxima e adquira uma caixa de preservativos. Especifique à farmacêutica de serviço que deseja os maiores do mercado, tentando ostentar uma cara de macho bem dotado. Agradeça piscando-lhe o olho e corra para casa.

Retire as carcaças do saco e disponha-as sobre a mesa da cozinha. Tudo o que tiver bico e patas afiadas é para cortar. Só a chicha interessa. Quando todas estiverem neste ponto, abra a caixa dos preservativos, e um por um, vá enchendo com um surtido de bicharada, até ficarem bem recheados. Para acondicionar as carnes correctamente, de quando em vez pegue numa das extremidades do preservativo e arremesse-o com pancadas secas contra a parede. No final, acrescente em cada preparado um fio de azeite , uma rodela de paio e uma pitada de sal. Dê um nó duplo, de modo a que os impedidores de procriações fiquem perfeitamente fechados e guarde-os numa caixa metálica de biscoitos.

A caixa deverá ser mantida debaixo de uma luz de halogéneo durante três a quatro meses, altura em que as carnes estarão no ponto para ir ao lume.

Regue uma sertã com um fio de azeite, dois dentes de alhos partidos e frite os preservativos. Quando estes começarem a dar sinais de que vão explodir a qualquer momento (surgirão enormes bolhas de plástico ao longo de toda a sua superfície) retire-os e polvilhe com queijo parmesão ralado.

Sirva com arroz branco e certifique-se que não leva à boca nenhuma porção do anti-contraceptivo, sob pena de falecer intoxicado nos minutos seguintes.

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Confissão Culinária 1

Baba de Camelo

A primeira vez que experimentei confeccionar esta perdição, passei doze horas nú em pleno deserto, a dançar Bossa Nova, (des)esperando que o animal começasse a salivar.

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Etíopezinha


Igredientes:

1 fio de esparguete
1/2 grama de Gengibre
1 Lápis de cera Azul Cyan
1/4 cebola pequena
2 fatias de pão de forma velhas
2 rodelas de nabo
1 talo de couve portuguesa
5 cl de água destilada

Quem se desloca à cidade do Porto, não pode deixar de provar o ex-líbris gastronómico da região: a Francesinha.
Reconheço que se trata de um prato bem conseguido, provido de sabor, robustez e originalidade. Mas convenhamos: com uma no bucho, o consumidor passa as três horas seguintes em lenta agonia, lutando contra uma imensa vontade de expelir tudo através de um desagradável regurgito.

Respondendo a isto, apresento a Etíopezinha: simples, leve, saudável e deliciosa.

Ferva 1 centilitro de água com uma pedra de sal e um fio de esparguete.
Num púcaro à parte, faça um refogado com 1/4 de cebola de pequeno porte, 1/2 grama de gengibre e um talo de couve portuguesa. Quando a cebola estiver mais loira que o Herman José, junte ao preparado uma chávena de café de água destilada e deixe ferver. Adicione um lápis de cera azul cyan e mexa em lume brando durante 5 horas, começando no sentido do ponteiro do velocímetro da sua viatura e invertendo-o a cada meia hora. Deverá obter um preparado cremoso, azul mas a descair para o amarelado.

Num pirex de reduzidas dimensões, alterne uma fatia de pão de forma duro como um torresmo com uma rodela de nabo. Duas camadas de cada é a quantidade ideal.

Cubra esta pilha com o molho preparado anteriormente e coloque no topo da mesma o fio de massa, disposto em espiral.

Leve ao forno, previamente aquecido a 850º e retire quando o esparguete estiver carbonizado.

Sirva com meia courgette ralada e acompanhe com um delicioso chá de batata.

Nota do Chefe: Esta receita não deve ser interpretada como uma declaração de guerra à parente francesa. Acredito que as duas podem conviver num clima de paz e harmonia, não só na Invicta, como também em todos os locais onde existam pessoas parvas.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Bacalhau com Broa


Igredientes:

1 Bacalhau
1 neurónio


É recorrente nas receitas que convosco partilho a necessidade de viajar para obter os ingredientes necessários.
Esta não foge a essa regra. Vamos até África?

Apanhe um autocarro até Gibraltar e ao chegar embarque no primeiro ferry para Ceuta.
Uma vez aí, não perca muito tempo em negociatas com os nativos. O objectivo é um, simples e fácil: conseguir uma boa placa de haxixe (250 gramas é o suficiente) a um preço não superior a 50 euros.
Se o traficante lhe pedir mais que esta quantia diga-lhe que para isso teria ido ao Afeganistão, que a papoila está mais em conta. A ameaça de recorrer aos eternos rivais do mundo do tráfico vai certamente persuadi-lo a avançar com a transacção.

Adquirir o estupefaciente é coisa de meninos. O grande desafio está no regresso.

Como voltar a pôr os coutos em território europeu sem ir directo para uma cela e sair 3 anos depois com um andar novo?

Nade caro leitor...nade!

Ainda em Ceuta, encontre um edifício em construção e furte um tubo de canalização. Prenda a placa de haxixe ao tronco com fita adesiva e ao cair da noite, mergulhe nas tépidas águas do porto. Mantendo uma extremidade do tubo à superfície, e a outra bem encaixada na sua boca, conseguirá fazer o caminho de volta submergido.
Em dois dias, nadando bruços de forma exemplar, deverá alcançar a costa espanhola sem problemas. Escolha uma zona de enseadas sem areal, por norma menos vigiadas pelas patrulhas costeiras dos Nuestros Hermanos.

Chegado a terra, procure uns miúdos e ofereça-lhes uma lasquinha de haxixe em troca de agasalhos e creme para a pele ( 2 dias debaixo de água não a vão deixar no melhor estado).
Use a mesma moeda de troca para conseguir um bilhete de autocarro que o retorne à nação.

Vá para casa e descanse umas horas.

Quando acordar, rume à mercearia do bairro e compre um bacalhau salgado da Noruega. Compre também um rolo de 7 metros de papel vegetal, 3 pacotes de tabaco de enrolar e um lança-chamas.

Já em casa, desenrole o papel vegetal no chão da sala. Disponha os três pacotes de tabaco de forma longitudinal e ponha a jeito a placa de haxixe. Com o lança-chamas em riste, derreta-a, espalhando a matéria ao longo de todo o tabaco. Faça um filtro com uma cartolina A2, enrolando-a em espiral.
Besunte uma das laterais do papel com cola UHU e una-a com a outra lateral, de modo a obter um imenso tubo.

Tranque-se na dispensa e inicie o fumício. Não deixe um milímetro que seja por fumar.

Saia da dispensa e vá para a sala brincar com os unicórnios, os rinocerontes e não ligue aos nomes que a gaveta do móvel lhe chama. E já agora, pare de se rir do sofá, que não tem culpa de parecer a sua tia.

A dada altura, vai certamente ficar com larica.

Pegue no bacalhau, ainda salgado, e roa-o desenfreadamente. Cuidado com as espinhas. Vai-lhe saber ao mais divinal petisco que alguma vez provou.

Antes de ir para a cama, certifque-se que tem junto à cabeceira da cama três garrafões de cinco litros de água e o telefone com bateria.
E lembre-se:
Para chamar uma ambulância liga-se para o 112, não se berra pelos corredores como se estivesse a chamar as crianças para virem para a mesa.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Ovas de cavala à melómano

15 a 20 ovas de Cavala
1 colher de chá de Mel
Açafrão q.b
1 bago de romã


Dirija-se ao porto de Matosinhos e peça permissão a um velho pescador chefe de embarcação para integrar a tripulação na próxima ida ao mar.

Prepare o material de pesca e vista uma camisola de lã. Leve também um tupperware grandote.

A bordo, aproveite para conhecer as mais incríveis histórias e aventuras navegantes dos seus compinchas.
Chegados ao alto mar, e quando estes sacarem das suas redes e canas, siga-lhes o exemplo.

Apanhou 3 sardinhas, 2 carapaus e um saco de plástico do Intermarché? Boa merda!
A missão só está cumprida quando apanhar uma cavala.

Quando o fizer, coloque-a no tupperware com água do mar. Relaxe.
Beba uns bagaços e tente não vomitar com a forte ondulação que se faz sentir no regresso.

Chegado a casa, translade a cavala para um recipiente maior e abane-o de 2 em 2 horas, não vá o bicho pensar que está no Mediterrâneo.

Ok, temos as cavalas. Mas e as ovas???

Calma. O truque é revelado agora.

Dirija-se à Golegã, aproveitando o inicio da feira de São Martinho.
Coma umas castanhas, beba uma água-pé e aguarde pelo chegar da noite.
Verifique que nas ruas da pequena localidade ondula um mar de gente e de cavaleiros que saem á rua para ostentar os seus animais.

Escolha um alvo: cavalo, macho, bonito e desprovido de dono nos 100 metros circundantes.
Monte-o com toda a celeridade possível e galope até casa. Cuidado ao entrar no elevador. Certifique-se que as crinas não ficam presas na porta.

Leve-o para a cozinha, onde se encontra também a cavala, ponha um Cd de Lionel Ritchie a tocar, apague a luz e retire-se. A magia do amor fará o resto.

De manhã só encontrará 2 coisas na cozinha: um rasto de destruição causado pela fuga do cavalo (é um bicho claustrofóbico), e uma cavala prenha.

Nos dois meses seguintes, mime-a: mude-lhe a água todos os dias e leve-a a ver o mar aos domingos, para matar saudades.

Findo esse período, ela vai desovar umas 17 ovas. Recolha-as com o passador das natas e deixe a secar em local fresco e seco. E devolva o peixe ao mar, vá.

Dois dias depois, passe as ovas por água, seque e tempere com mel e açafrão.

Sirva com uma baga de romã e disfrute desta colher de chá de puro prazer.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cocktails Molotov


Ingredientes:


4 litros de petróleo bruto.
4 litros de vodka Rashmarinoff
1 garrafa de Champomix
1 balde de salgadinhos em forma de peixinho


Aproxima-se o fim de semana. O Obama ganhou as eleições e o seu marido foi fazer uma pescaria para a Ilha do Pessegueiro. Haverá melhor ocasião para uns cocktails com as suas amigas?
Convide o seu grupinho do cabeleireiro e marque para a soirée de Sábado à noite, em sua casa.

Durante a semana, e no horário laboral do seu esposo, começa a magicar o festim.

Munida de 4 litros de petróleo bruto e de outros tantos de vodka barata, vá enchendo garrafas de 20cl de coca cola com igual proporção das duas iguarias. Deve calcular duas garrafas por cabeça. Ou seja, se as suas amigas forem quatro, oito garrafas serão seguramente suficientes para tudo correr bem.
No gargalo de cada garrafa, coloque uma meia branca, daquelas com o clássico desenho de raquetes, ensopada em aguardente bagaceira.

E chega o grande dia.

Tome um bom banho de emersão e ponha o seu melhor vestido. Retire a mobília da sala de estar e forre-a com plástico nas paredes, chão e tecto.
Quando as convidadas começarem a chegar encaminhe-as para a dita sala, e entretenha-lhes as goelas com um champanhe barato e aperitivos de segunda categoria, evitando assim que a interroguem sobre o porquê de a sala estar naquele estado.
Quando estiverem todas presentes, retire-se e vá à cozinha. Saque do arsenal de garrafas e disponha-as num tabuleiro.

Caminhe com precaução até à sala onde já reina algum desconforto entre as convidadas.
Pare à porta. Sorria. Chegou o momento da verdade. Com a maior celeridade possível, acenda a meia de cada garrafa e arremesse o tabuleiro bem para o centro da sala, descrevendo uma trajectória ascendente que lhe dê o tempo suficiente de fechar a porta e voar para longe desta.

A explosão deverá em principio ser fatal para qualquer uma. Se não for esse o caso e alguma persistir em respirar, dê-lhe com uma cadeira na testa.
Retiro o plástico que reveste a sala, aproveitando-o para envolver os restos mortais das suas (ex)amigas.

Coloque toda esta trapalhada junto ao Ecoponto dos plásticos, reponha a sala no seu devido estado e aproveite o resto do fim de semana na companhia de um bom livro de física quântica.

Golfinho frito com arroz de coentros


Ingredientes:


1 golfinho domesticado
43 bagos de arroz vietnamita
2 pés de coentros
1 colher de sopa de azeite
Sal e Pimenta Q.b.


Compre um vaso de pequena dimensão e meio quilo de terra das Berlengas, conhecida pela sua riqueza em cálcio.

Vá agora ao mercado municipal e encontre umas sementes de coentros. Volte para casa, preencha meio vaso com terra, coloque duas sementes e cubra o restante do vaso com a terra, entornando-lhe no final um copo de água.
Deixe-o num lugar fresco e luminoso e faça as malas, incluindo nesta alguns artigos da selecção nacional.

Dirija-se a uma agência de viagens e compre uma passagem de ida e volta para o Vietname. Aproveite para ler "Os Lusíadas" durante a viajem.
Chegando a Hanoi, apanhe um taxi para Xeng Lin Pang, região interior conhecida pelos seus vastos arrozais.

Negoceie com um clã de campinos uma troca comercial: bagos de arroz por T-Shirts do Cristiano Ronaldo. É possível que estes não façam a mínima ideia de quem é o Crisitiano, mas faça-os ver que as t-shirts podem ser excelentes panos do pó. Este argumento irá desarmá-los. Não podem recusar a troca.

Já com a saqueta de arroz em sua posse, acorde o taxista que o espera no interior da viatura à 8 horas e regresse ao aeroporto. Pense que para a próxima um tradutor é capaz de lhe facilitar nos negócios.

Apanhe o avião de volta e leia novamente "Os Lusíadas".

Regressado à pátria, vá para casa e durma 24 horas seguidas. Deve estar com alguma fadiga.

Ao despertar, encete a derradeira viajem. Vá até ao Zoo Marine e compre um bilhete para o espectáculo aquático.

Divirta-se com o show das focas, das araras, dos golfinhos. Mas atenção. Não se afeiçoe a estes bichinhos. Isso complicará imenso o sucesso do repasto.
Quando o show terminar, esconda-se debaixo das cadeiras da plateia e aguarde que chegue a noite.

Com a lua bem alta e o silêncio reinante, saía da toca e vá até ao tanque dos golfinhos. Escolha um bem rechonchudinho e dê um mimo ao pobre bicho, antes de o estrangular com a força dos braços.

Não se deixe abater por algum sentimento de culpa ou dor. Pense que é melhor ir para o prato do que viver na escravatura.
Corte-o em postas e regresse a casa.

Chegou a hora de ir para a cozinha.

Antes, vá comprar um molho de coentros ao mercado. É óbvio que os que plantou não germinaram em 3 dias. Frite as postas do golfinho num fio de azeite, temperadas apenas com sal e pimenta.

Coza os bagos de arroz com os pés de coentros e sirva bem quente, acompanhado de licor de amêndoa.

Delicie-se, provavelmente sozinho, a não ser que tenha amigos sem coração.
Declame "Os Lusíadas" para uma parede.

Bifes de Papagaio Au vin


Ingredientes


1 Papagaio
1 lasca de Manteiga
2 dentes de Alho
3 dl de Vinho Alentejano
Sal q.b.


Compre um ovo de papagaio em fase final da gestação e sente-se em cima dele até estarem criadas as condições térmicas necessárias para que a cria se solte da casca.

Nas duas semanas seguintes, alimente a mesma com duas gotas de leite, e a partir de aí dê-lhes uma bolacha de aveia por dia.

Quando a ave atingir os três meses de vida, comece a ensinar-lhe francês. Primeiro o verbo Être, depois o Avoir, como mandam as regras.

Vá aumentando gradualmente os conteúdos formativos, até o papagaio conseguir dizer pelo menos duas frases num francês irrepreensível. Quando o fizer, corte-lhe a cabeça, depene-o e congele-o.

Chegou a altura de tratar do vinho.

Dirija-se a Montemor-o-Novo, compre um excerto de videira e volte para casa. Não sem antes comprar um vaso, terra alentejana e bosta de cavalo, claro está.
Cubra 1/3 do vaso com terra, outro com a bosta de cavalo, e o restante com outra camada de terra. Espete o excerto no centro do vaso e reze para que rebente. Se ao fim de um ano não tiver na sua varanda um cacho com pelo menos 7 uvas, parabéns. Ainda bem que não seguiu a carreira de agricultor.

Se o tiver, colha-o, retire as uvas e coloque-as no bidé. Lave o pé esquerdo com sabão azul, e pise as uvas com o pé direito, como se não houvesse amanhã. Retire as cascas e os carocinhos, vertendo o líquido resultante para um pote de aço inoxidável. Conserve em lugar fresco e seco durante 4 meses.

Findo esse tempo, descongele o papagaio, corte-o às tiras com uma moto-serra e frite-as com uma lasca de manteiga e muito alho (ver na receita do mês passado com ordenhar uma vaca para conseguir boa manteiga e na edição de Outubro de 2005 a arte de cultivar alho em cativeiro).

Quando a chicha estiver loirinha dos dois lados, junte-lhe metade do vinho que produziu e beba de penalty a outra metade.

Sirva bem quente com línguas de gato (siamês, de preferência) e reze para que ainda tenha amigos para convidar para este magnifico repasto.