terça-feira, 4 de novembro de 2008

Cocktails Molotov


Ingredientes:


4 litros de petróleo bruto.
4 litros de vodka Rashmarinoff
1 garrafa de Champomix
1 balde de salgadinhos em forma de peixinho


Aproxima-se o fim de semana. O Obama ganhou as eleições e o seu marido foi fazer uma pescaria para a Ilha do Pessegueiro. Haverá melhor ocasião para uns cocktails com as suas amigas?
Convide o seu grupinho do cabeleireiro e marque para a soirée de Sábado à noite, em sua casa.

Durante a semana, e no horário laboral do seu esposo, começa a magicar o festim.

Munida de 4 litros de petróleo bruto e de outros tantos de vodka barata, vá enchendo garrafas de 20cl de coca cola com igual proporção das duas iguarias. Deve calcular duas garrafas por cabeça. Ou seja, se as suas amigas forem quatro, oito garrafas serão seguramente suficientes para tudo correr bem.
No gargalo de cada garrafa, coloque uma meia branca, daquelas com o clássico desenho de raquetes, ensopada em aguardente bagaceira.

E chega o grande dia.

Tome um bom banho de emersão e ponha o seu melhor vestido. Retire a mobília da sala de estar e forre-a com plástico nas paredes, chão e tecto.
Quando as convidadas começarem a chegar encaminhe-as para a dita sala, e entretenha-lhes as goelas com um champanhe barato e aperitivos de segunda categoria, evitando assim que a interroguem sobre o porquê de a sala estar naquele estado.
Quando estiverem todas presentes, retire-se e vá à cozinha. Saque do arsenal de garrafas e disponha-as num tabuleiro.

Caminhe com precaução até à sala onde já reina algum desconforto entre as convidadas.
Pare à porta. Sorria. Chegou o momento da verdade. Com a maior celeridade possível, acenda a meia de cada garrafa e arremesse o tabuleiro bem para o centro da sala, descrevendo uma trajectória ascendente que lhe dê o tempo suficiente de fechar a porta e voar para longe desta.

A explosão deverá em principio ser fatal para qualquer uma. Se não for esse o caso e alguma persistir em respirar, dê-lhe com uma cadeira na testa.
Retiro o plástico que reveste a sala, aproveitando-o para envolver os restos mortais das suas (ex)amigas.

Coloque toda esta trapalhada junto ao Ecoponto dos plásticos, reponha a sala no seu devido estado e aproveite o resto do fim de semana na companhia de um bom livro de física quântica.

5 comentários:

S. disse...

Vou seguir à risca para a minha festa de anos. :)

juju disse...

Boa tarde Chefe Fred,
Gostei muito desta sugestão, juntei apenas um garrafão de vinho tinto "Caves de Santa Marta" e o resultado foi explosivo!

Obrigada por partilhar as suas receitas

Afonso Gonsalves disse...

Desculpe chefe fred, mas eu tentei a sua receita e não funcionou muito bem. Ao invés de, finda a mortandade, facilmente retirar o plástico, deparei-me com um problema: o plástico derreteu e fundiu-se com os restos mortais dos meus convidados. Tudo, por sua vez, ficou irreversivelmente colado ao chão, mobília e afins, da minha sala.
Ora, eu pergunto: qual o tipo de plástico necessário? Existe um tempo limite para o processo de carbonização?
Por favor, da próxima vez, inclua todos os pormenores da receita, uma vez que pequenas falhas de informação podem levar a grandes problemas. Neste momento tenho a casa em obras e vou ter de visitar uma amiga minha que não cozinhou bem e, para além disso, ficou fundida com um móvel valiosíssimo da minha tia-avó.
Muito obrigado.

fredrich disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
fredrich disse...

Caro Afonso,

Embora compreenda as suas reivindicações, deverá compreender que não posso descrever todos os passos com a mais precisa minuciosidade, caso contrário cada receita seria um livro.

O resultado que me descreve da sua experiência leva-me a crêr que não usou as verdadeiras meias de raquetes, patenteadas por João Dunlop a Outubro de 1670, em Idanha-a-Velha.

O uso da meia autentica é fulcral, pois possui uma fibra de nilon que reduz o impacto da explosão e evita a fusão dos corpos carbonizados com o plástico comum.

Experimente, e vai ver que dá resultado!
Em relação ao móvel da sua tia-avó, ela já deve ter batido a bota, como tal, cague nisso.

Atentamente, e agradecendo o interesse,

O Chefe Fred.